quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A capitalização do homem


Outdoors, posters, anuncios e propagandas competem por minha atenção e me transportam para um mundo de luxo e conforto onde poucos podem viver. Então, por enquanto, vivo tentando chegar lá, no topo inacessível da ganância humana. E não me importo com as consequências dos meus atos, pois para mim elas não existem.
Fumo porque é chique. Bebo porque é moda. Emagreço para ser bonita. Não me apego a amores, porque amanhã eu posso ter outros. Eu não lavo pratos, eu uso descartáveis. Estudo enlouquecidamente matérias que não me fazem sentido. Não tenho o costume de me contentar, porque eu sempre acho que o gramado do vizinho é mais verde. Eu não ligo para os conselhos que me são dados, pois eu sou a dona da verdade, e nada mudará isso.
Ah, e sem falar do meu animalzinho de estimação: o Monstro do Exibicionismo. Pois, não é suficiente comprar uma calça jeans, eu tenho que ter uma Armani. Quem disse que eu quero comprar um tênis? Eu quero um Nike. Eu não assisto TV, eu assisto SKY. Eu não quero andar de carro, eu quero andar de Ferrari conversível com o máximo de cavalos de potência.
Por enquanto eu vivo o meu por enquanto, e espero, ansiosamente, o momento de eu colocar o meu salto agulha para poder olhar todos de cima. É... o dinheiro me compra, me contradiz, me desqualifica e me coisifica. Mas, quem disse que eu acho ruim ou tenho coragem de reclamar? (;

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