sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Olá, meu nome é 2873198, e o seu?

A equação da vida.
Meu Deus, eu sou um número. Sério mesmo, com essa era de tecnologia estamos ficando cada vez mais mecanizados, um exemplo disso é que nós estamos, gradativamente, nos transformando em números. Eu venho percebendo isso a algum tempo, mas foi agora que meu pavio acabou e eu decidi desabafar.
Agora neste fim de ano eu estou cheeia de vestibulares pra fazer. E qualquer FERA que se preze sabe que essa é uma época de muito estresse, mas o que vem me estressando mais é que nós não somos tratados como alunos, que tiveram um ano inteiro de estudos e sacrifícios para poder estar lá, mas sim como números. Eu não estou exagerando, toda vez que eles passam uma ata, para confirmar a frequência, o fiscal nunca fala "Confira seu nome", ele diz: "Confira seu número de inscrição". Me dá vontade de dizer: "Qual o número de murros que você quer?" 
Caramba! E sem falar que o vestibular é um sistema de avaliação muito falho, pois eles não ligam o quanto o aluno se esforçou para fazer a questão, o quanto ele estudou o ano inteiro ou os problemas que se passam na cabeça do candidato no momento da prova; Só ligam se ele marcou letra A, B ou C, ou se ele colocou Verdadeiro ou Falso. Aí, vem um aluno, que perturbou o ano inteiro, chuta tudo e passa. Ou seja, você não importa, o que importa é sua nota, ponto.
Mas, infelizmente, não é apenas no vestibular que somos confundidos com algarismos, durante o cotidiano também. O número que tem lá na conta corrente de uma pessoa é mais relevante do que o caráter dela, o número de namorados que uma pessoa já  teve diz se ela "se garante" ou não, e o número de livros que uma pessoa leu diz se ela é culta ou não. Isso só me faz lembrar do livro O pequeno príncipe, onde tem uma parte que o personagem principal diz que os adultos não se importam uns com os outros, e sim com os números que os outros têm, e só as crianças que conseguem ver a vida de uma forma diferente, que pode ser muitas vezes considerada ingênua, mas que é, sem dúvida, a forma mais correta.
Pois bem, se é preciso colocar os óculos da infância para poder ver o mundo e as pessoas com compaixão e atenção... me dê logo um caixa desses óculos aí! Por eu estou me fatigando com a forma fria e incompreensiva que "os adultos" se olham. E que se explodam em inúmeros pedaços esses números que me rodeiam.

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